quinta-feira, 14 de março de 2013

COSTELINHA CERVEJEIRA

Receita da coluna de gastronomia desse mês do Jornal das Lajes, de Resende Costa-MG.
"Cerveja, o gole da vez", tratou um pouco desse universo cervejeiro que vem ganhando cada vez mais espaço no nosso cotidiano gastronômico. A prosa também fala da origem e da forma como ela é fabricada, além do atual panorama das cervejas artesanais em Minas Gerais. (para ler clique aqui)

COSTELINHA CERVEJEIRA

Receita boa para tira-gosto ou prato principal, fácil de fazer e com dois ingredientes que são uma unanimidade para nós: costelinha e cerveja.

Ingredientes:
(porção para 4 ou 5 pessoas)
- 2kg de costelinha de porco;
- 1 dose de cachaça;
- 3 colheres de sopa de azeite;
- Tempero caseiro de alho e sal a gosto ou então sal e pimenta do reino;
- 3 colheres de sopa de mostarda;
- 3 colheres de sopa de ketchup;
- Ervas aromáticas (usamos o manjericão, mas alecrim e tomilho vão muito bem, assim como cheiro verde)
- 2 latas de cerveja clara (depois tente fazer com a escura, também fica ótimo);
(Aliás, na verdade são 12 latas: 2 para a receita e 10 para o cozinheiro...)


Dica do casal: nessa receita utilizamos a costelinha inteira e não com o osso cortado ao meio como geralmente é vendida. Ela tende a ficar mais suculenta e, claro, generosa na hora de se "lambuzar os beiços".

Essas gorduras entremeadas são de lambuzar os beiços mesmo
Preparo:
- Esfregue a cachaça na carne e deixe descansando por 10 minutos, para tirar a "mardade" e amaciar;
- Misture os ingredientes na ordem e deixe marinando de um dia para o outro na geladeira (ou pelo menos umas 2 horas);

Como diz nossa querida amiga e grande cozinheira
Alessandra Drumond: "COSTELINDA"!

- Em uma panela grossa bem quente (a de ferro é ótima para isso), grelhe os pedaços para que eles fiquem selados, ganhando cor e criando uma "capa" que não deixará os sucos irem embora. Dependendo do tamanho da sua panela, faça isso em etapas, pois tentar fazer tudo ao mesmo tempo não costuma dar certo (a panela perde calor e começa a dar água). Essa é uma técnica muito importante e que se aplica a vários outros preparos;
- NÃO JOGUE FORA O LÍQUIDO DA MARINADA!




- Depois de selar todos os pedaços, descarte o excesso de gordura que se soltou da carne e adicione o líquido da marinada, esfregando vigorosamente o fundo da panela com uma colher para que a borra formada se solte no líquido. Essa é outra técnica importante que se chama "deglaçar" e também se aplica a vários outros preparos. Além de dar mais cor ao molho, agrega muito sabor e ainda facilita a limpeza da panela;


- Abaixe o fogo, tampe a panela e deixe cozinhando lentamente até a carne ficar macia (no mínimo 20 minutos);
- Sirva como tira gosto com uma mandioquinha frita ou então como prato principal mesmo, com arroz branco. Fizemos um arroz do tipo "cateto", bem 'al dente', e ficou ótima a combinação.


- E já que é uma costelinha "cervejeira", claro que a harmonização sugerida é com cerveja, como uma dos estilo PALE ALE, da Cervejaria Backer de BH:

Foto: site da cervejaria

- Outra sugestão - essa mais para o pessoal de Belo Horizonte - é um molho tailandês - Thai BBQ Sauce - recém chegado ao Supermercado Verdemar, nosso paraíso de coisas boas. É da linha "exotic food", picante e um pouco adocicado, para quem quiser dar um toque diferente na carne de porco, nessa ou em outra receita (seja na marinada ou na hora de comer). Assim como os demais tipos dessa linha, custou na faixa de R$8 o vidro (preço promocional de lançamento).


Bão apetit!


Cerveja, o gole da vez

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Para cada situação costuma haver um tipo de bebida apropriada, seja pelo clima, tipo de evento, cultura local ou propósito do bebedor. Mas uma coisa é incontestável: se há uma que é a cara do nosso país é a cerveja. Simples, descontraída e refrescante. E de uns tempos para cá, vem quebrando tabus e alcançando espaços antes ocupados por outras bebidas consideradas mais “finas”, o que mostra o valor desse ouro líquido.
Mas para continuarmos a prosa, vamos voltar no tempo e entender um pouco da origem e de como ela é feita. Estima-se que em 9.000 a.C já se fazia cerveja e existem registros de produção em 4.000 a.C, na Suméria, atual Iraque. Antes de desenvolver a escrita o homem já estava tomando uma! E a descoberta - igual o queijo e a cachaça - teria sido acidental: esqueceram uma vasilha com grãos de cereal (cevada, trigo, arroz) na chuva, eles germinaram (amido virou açúcares), secaram, tomaram mais chuva e foram atacados por micro-organismos que fermentaram o caldo (açúcares viraram álcool). Beberam a mistura, ficaram alegres e felizes e começaram a repetir o processo.
Cerveja já foi alimento, matou fome e peste. E hoje é feita a partir de um cereal umedecido, secado e cozinhado em água pura, quando se acrescenta o lúpulo, uma planta da família das canabináceas, que dá amargor, gosto e durabilidade. Por último, as leveduras (fermento), que finalizam o processo. É a receita básica, porém, vários fatores podem concorrer para um resultado final diferenciado: tipo de cereal e a forma como foi tratado (mais torrado = cerveja mais escura), quantidade de lúpulo, acréscimo de outros ingredientes como ervas e frutas etc. 
Na prática, se no rótulo se indicar “puro malte”, significa que ela é feita exclusivamente com cereais maltados (cevada e/ou trigo), o que dá bastante diferença na qualidade. É o caso da Heineken, por exemplo, que já é encontrada em Resende Costa e não custa tão mais caro do que uma Skol. Essa, assim como a maioria das marcas consumidas no país, é feita também com cereais “não maltados” (milho, arroz).
Em função dessas diferenças apresentadas e disponibilizadas aos consumidores, tem crescido muito a procura pelas “cervejas especiais”, principalmente as artesanais. Por serem feitas em escala menor e com ingredientes e técnicas superiores, o produto final tende a ser melhor, fazendo com que a cerveja alcance público e ocasiões antes restritas a outras bebidas, além do prazer maior, claro. 
Mas e o preço? Embora existam cervejas realmente caras, o crescimento do mercado tem possibilitado tomar cervejas muito boas a preços bons. Dou o exemplo da ótima cervejaria Backer - mineira de BH - cuja garrafa de 600ml do estilo pilsen chega a custar R$4,90 no supermercado, mais em conta do que uma Brahma no bar. Além disso, pelas características da cerveja especial e pela forma como ela é degustada, o volume consumido pode ser inferior ao da cerveja comum, o que diminui o custo do consumo.
Seguindo os passos da cachaça, Minas tem se destacado muito no cenário nacional de produção de cerveja artesanal de qualidade. E BH já é a cidade no país com a maior concentração de cervejarias no seu entorno - como as já tradicionais Áustria, Wäls e Falke Bier - algumas premiadas internacionalmente. Da mesma forma, o número de lojas e bares especializados também aumenta, assim como a procura por cursos de produção caseira, como o da Cervejaria Escola Taberna do Vale. Algumas horas de curso e um pequeno investimento em equipamentos simples (panelas, baldes, balança) já permitem a produção de cerveja boa até dentro do apartamento, prova da sua simplicidade e versatilidade, inclusive quanto às receitas de cada cervejeiro.
Enfim, seja ela mais especial - infelizmente ainda pouco disponível na nossa cidade – ou a mais barata, que a cerveja continue sempre cumprindo seu papel de reunir os amigos para se divertir com alegria e confraternizar com prazer e simplicidade essa bebida espetacular e histórica.


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